13 setembro 2009

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Penso numa Alice descobrindo o seu país. Uma Alice brasileira, nascida em terras férteis de amplos horizontes. Alice, crescendo de tamanho quanto mais o tempo passa para acompanhar o desenvolvimento do país das maravilhas: o Brasil, “gigante pela própria natureza.”
Alice criança, correndo atrás do relógio que marca o tempo certo. O tempo do futuro.
Alice que é cheia de calor humano herdado da confraria imensa que é a gente da terra da boa colheita.
Alice hospitaleira que recebe, em seu lar, todos os povos, pois ela própria é descendente de várias raças.
Imagino uma Alice "feita em casa", respeitando o escritor que criou uma outra Alice em livros memoráveis que imortalizaram a personagem Alice.
É com uma Alice cheia de graça e de garra que eu sonho. É a Alice que vence barreiras, fronteiras e viaja pelo contorno do seu país; mensageira da paz, do congraçamento, de bandeira verde-amarela na mão. Alice que, apesar dos pesares, acredita que o futuro é hoje e a crise mundial poupa os limites da terra amada idolatrada. Alice que tem fé na supremacia da honestidade sobre a corrupção.
É uma figura com a cor do Brasil. Uma Alice que chora, que ri e brinca de roda. Alice que dorme com um ursinho de pelúcia abraçado ao coração e acorda com o brilho do sol. Alice que se cansa e se refaz, que é ferida e cicatriza.
Essa Alice é fruto das maravilhas de sua pátria. Alice do contra-senso, do contraditório. Alice de nariz escorrendo, de pés descalços, de roupas remendadas, que só pisa em calçadas e nunca ouviu falar de cultura. Alice de banho tomado, perfumada, caminhando sobre tapetes, navegando na Internet e no espaço do conhecimento. Alice de altos e baixos, de favelas e palacetes. Alice suburbana e cosmopolita.
Alice filha de um gigante, herdeira, entre milhões, de um império e, também, dos resquícios de uma massa falida.
Alice simples, que se emociona quando canta o hino de sua terra porque procura, em cada frase, a justificativa por amar tanto esse pedaço de chão: rico e miserável, poderoso e frágil, feliz e triste.
Acontece que, essa Alice, é uma Alice comum e faz da brasilidade um canto em uníssono com o povo que assiste desfiles de carnaval na Sapucaí e vibra com jogo de futebol em qualquer gramado.
Porém, não se deixa enganar com disfarces de purpurina, nem com estratégias para desviar sua atenção.
Alice pesquisa, interroga, separa o joio do trigo e forma opinião na liberdade conquistada a duras penas numa “livre terra de livres irmãos”.
A Alice que idealizo é fiel representante de uma raça de bravos e fortes e vive, com muito orgulho, num país do tamanho de um continente, situado no hemisfério Sul do planeta Terra, ás margens do Oceano Atlântico, iluminado pela Via Láctea sob a constelação do Cruzeiro do Sul.
País das Maravilhas!

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