07 maio 2011

ESTILO (III)

Amanheceu com temperatura abaixo de zero, mas, valentes gaúchas não se intimidam com frio. Prontas para mais um dia de aventuras, saímos do hotel, parecendo mais duas ursas polares de tão agasalhadas que estávamos. Fazer o que? Impossível resistir aos encantos da cidade que nunca dorme e ademais, com pouco tempo para desvendá-la. (Aqui cabe um conselho: se for a New York, reserve 7 dias de estadia, no mínimo).

Primeira meta do dia: Estátua da Liberdade. Na porta do hotel, em minutos, embarcamos num táxi. Fotografando, é claro, todo o trajeto até o Battery Park, de onde saem as barcas para a Ellis Island.

Até aí, tudo bem.

Animadíssimas, fomos até a beira do rio Hudson para visualizar a paisagem e calcular a distância até a Estátua da Lberdade. O vento estava forte demais e, consequentemente, nos tirou todo o ímpeto de embarcar rumo à visitação a um dos símbolos marcantes da cidade.


Resolvemos usar o zoom das câmeras digitais para fotografar a Estátua da Liberdade, dali das margens do rio. Simples, não fossem as boas risadas que demos porque as fotos ficaram cômicas. Muito de longe, visualiza-se em pano de fundo o monumento verde. Bem próximas, as fisionomias congeladas das duas turistas, dando gargalhadas como se estivessem fabricando travessuras. Minha irmã e eu, colocávamos em prática a veia de senso de humor da família. Inevitável!

Resolvemos caminhar até a próxima etapa traçada no nosso plano do dia.

A melhor maneira de se conhecer uma cidade é caminhar por suas calçadas no meio do povo. E foi assim que andamos por quarteirões e quarteirões, observando todos os detalhes ao redor.

Quando nos aproximamos do Ground Zero, um silêncio respeitoso nos acompanhou. Centenas de trabalhadores se movimentavam nas obras no local onde outrora se erguiam as Torres Gêmeas.

O clima era de consternação. E, sem falar, fotografamos, o que, para nós, era significativo. Nossos olhos espelhavam uma espécie de dor partilhada, de luto sentido, de emoção que faz a gente ficar com lágrimas equilibradas no fio das pálpebras. Asseguro que ainda é possível sentir o impacto da trágica, da devastadora destruição e aniquilamento de milhares de vidas que foram vítimas do fatídico episódio. O disco rígido das minhas memórias, naquele momento, me fez lembrar do monumento ao holocausto que visitei em Miami. Imagens, esculpidas em ferro, contorcidas pela dor.

A construção do Memorial está sendo realizada de forma acelerada. Ficará como marco, como homenagem de respeito e solidariedade ao povo de New York e ao de todo o planeta.

Recompostas, porque se tem que “voltar à tona de todos os naufrágios”, como escreveu Quintana, seguimos para a Brooklyn Bridge.

Realmente, pitoresca ponte por onde caminham milhares de pessoas num vai e vem constante, inclusive de forasteiros como nós.

Fotos e mais fotos, aproveitando a vista de todos os ângulos em momentos inesquecíveis registrados no virtual e no concreto.

Retornamos para o Central Park num táxi apressado demais, para o meu gosto, porque não consegui fotografar tudo o que eu via.

A meta era chegar a Strawberry Fields. O local onde está a homenagem do povo de NYC a John Lennon.

O táxi nos deixou do lado oposto. Coisas de NYC. Solução: usar o GPS para localizar no mapa o que queríamos visitar.

Resultado: atravessamos o Central Park, até a Avenida 72ª Oeste, com direito a paradas estratégicas e a fotos deslumbrantes.

Ao longe, visualizamos o Edifício Dakota com suas torres. Sinal de que estávamos próximo ao IMAGINE, nome dado ao tributo para o talentoso artista que emocionou e, ainda, emociona gerações.

E o final da manhã prometia mais. Muito mais.

(continua no próximo domingo)

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