“Eu sou muito apaixonada pelas pessoas queridas que passam ou que ficam na minha vida.” Alguém a quem prezo demais, escreveu essa frase e a enviou numa mensagem. Foi o bastante para que se desencadeassem, em meus pensamentos, imagens sucessivas e intermitentes de um filme gravado na memória.
Viajei no tempo. Fiz inúmeras escalas. Andei por vários lugares. Revi rostos e silhuetas, reacendendo emoções. Foi como folhear um álbum de fotografias.
Acabei por fazer uma analogia da minha alma com uma hospedaria, dessas rústicas e modestas pousadas para peregrinos, onde hóspedes chegam com bastante bagagem ou de mãos vazias. Alguns se demoram por um tempo, outros partem rápidos porque só vieram de passagem. E há os que permanecem e vão ficando sem pressa de ir embora.
De acordo com os que pensam que tudo acontece por uma razão ou que nada acontece por acaso, começo a me convencer de que foi proposital cada chegada, toda partida, qualquer permanência nessa minha alma de portas e janelas.
As chegadas ficam registradas como acontecimentos plenos de novidades. Incógnitas que se instalam num estalar de dedos.
As partidas refletem um opaco sinal de “nunca mais” no espelho do tempo. E desconcertante é concluir que as pessoas queridas que passaram pelas nossas vidas, esqueceram de levar consigo parte delas e esses detalhes esquecidos continuam presentes num perfume, numa foto, numa folha de papel, numa lembrança insistente. Deixaram seus pertences e partiram como se o adeus não tivesse sido definitivo, como se houvesse a possibilidade de um retorno.
Tem gente que passa e tem gente que fica. Bendita seqüência e conseqüência.
O verbo passar é uma gangorra. Oscila entre o efêmero e o perpétuo. Quem passou já não mais está; permanece, no entanto, o registro dessa passagem.
O verbo ficar é verbo de ligação. Ficam os que arriscam, os que acreditam, os que confiam. Ficam os que fazem a diferença porque, ao se modificarem a cada dia, não perdem a constância do estar perto, do ficar junto. (Não me refiro aqui ao conceito moderno com que é empregado o verbo ficar, sinônimo de transitoriedade)
Na hospedaria das minhas afeições, mantenho uma lamparina acesa e a porta entreaberta. Através da janela podem ser vistos os retratos dos que passam e na volta da mesa, a silhueta dos que ficam. Pois, na realidade, de certa forma, sob determinado ponto de vista, todos os que passam, ficam.
Viajei no tempo. Fiz inúmeras escalas. Andei por vários lugares. Revi rostos e silhuetas, reacendendo emoções. Foi como folhear um álbum de fotografias.
Acabei por fazer uma analogia da minha alma com uma hospedaria, dessas rústicas e modestas pousadas para peregrinos, onde hóspedes chegam com bastante bagagem ou de mãos vazias. Alguns se demoram por um tempo, outros partem rápidos porque só vieram de passagem. E há os que permanecem e vão ficando sem pressa de ir embora.
De acordo com os que pensam que tudo acontece por uma razão ou que nada acontece por acaso, começo a me convencer de que foi proposital cada chegada, toda partida, qualquer permanência nessa minha alma de portas e janelas.
As chegadas ficam registradas como acontecimentos plenos de novidades. Incógnitas que se instalam num estalar de dedos.
As partidas refletem um opaco sinal de “nunca mais” no espelho do tempo. E desconcertante é concluir que as pessoas queridas que passaram pelas nossas vidas, esqueceram de levar consigo parte delas e esses detalhes esquecidos continuam presentes num perfume, numa foto, numa folha de papel, numa lembrança insistente. Deixaram seus pertences e partiram como se o adeus não tivesse sido definitivo, como se houvesse a possibilidade de um retorno.
Tem gente que passa e tem gente que fica. Bendita seqüência e conseqüência.
O verbo passar é uma gangorra. Oscila entre o efêmero e o perpétuo. Quem passou já não mais está; permanece, no entanto, o registro dessa passagem.
O verbo ficar é verbo de ligação. Ficam os que arriscam, os que acreditam, os que confiam. Ficam os que fazem a diferença porque, ao se modificarem a cada dia, não perdem a constância do estar perto, do ficar junto. (Não me refiro aqui ao conceito moderno com que é empregado o verbo ficar, sinônimo de transitoriedade)
Na hospedaria das minhas afeições, mantenho uma lamparina acesa e a porta entreaberta. Através da janela podem ser vistos os retratos dos que passam e na volta da mesa, a silhueta dos que ficam. Pois, na realidade, de certa forma, sob determinado ponto de vista, todos os que passam, ficam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário