17 abril 2011

ESTILO (I)

Sobrevoando a cidade, antes da aterrissagem no imenso aeroporto, foi possível ver o colorido da metrópole encantadora às margens do rio Hudson. E eu tive a nítida impressão de ouvir Frank Sinatra cantando ao meu ouvido:- “I wanna be a part of it/ New York, New York”... (Eu quero ser parte disso, Nova York, Nova York)

Afora o trânsito congestionado e a longa distância entre o aeroporto e o hotel na Avenida das Américas, tudo o mais era a agradável descoberta de uma silhueta só vista em filmes. Naqueles momentos, através da janela do táxi, eu me encontrava com um dos meus sonhos. Estava descortinando todos os detalhes dos prédios, das casas, das árvores desfolhadas, do jeito nova-iorquino de dirigir entre buzinas, manobras rápidas e freadas.

No trajeto, o sol estava se pondo no horizonte, dando um tom dourado à paisagem. E, de repente, estávamos em Manhattan com suas luzes se acendendo, enquanto a noite chegava.


O hotel confortável, convidava ao repouso mas, o espetáculo Wintuk do Cirque de Soleil estava a nossa espera e, apesar do frio abaixo de zero, nem cogitamos da possibilidade de desistir. Muito agasalhados caminhamos algumas quadras até o Madison Square Garden, deslumbrados com as ruas, as luzes natalinas e a quantidade de pessoas que desafiavam a gélida temperatura.

Depois do show, saboreamos uma típica e deliciosa pizza no restaurante da esquina. Aliás, as esquinas dessa cidade têm um algo mais, um jeito peculiar, uma atmosfera própria.

Além do frio, um vento forte tornou a caminhada uma aventura. Tudo vivenciado num clima de primeiro encontro.

Enfim, de volta ao hotel com a calefação aconchegante e um banho relaxante, adormecer foi questão de minutos. Nem deu para preparar o coração para as emoções do dia seguinte.

Ao abrir as cortinas, percebi que o 40° andar deixava quase tudo muito distante, muito pequeno lá embaixo. Imaginei o frio da manhã porque observei inúmeros pedacinhos cristalinos de neve (flakes) dançando ao vento do lado de fora. Eles se esvaecem antes de chegar ao solo. Daí, neve de verdade? Fora de cogitação. E esse fato, deixa o dia mais gelado.

Nem questionamos a respeito da temperatura. A meta era interagir e circular por Nova York para conhecer tudo que estivesse ao nosso alcance.

Traçamos um plano de ação e munidas de casacos, luvas, gorros de lã, botas e câmeras digitais, deslizamos pela porta giratória do hotel rumo ao desconhecido com um mapa minúsculo e intrincado, que funcionaria com lente de aumento para além dos graus dos óculos que usávamos. Mas, em prol da novidade, fomos para a rua com a cara e a coragem.

A primeira visita prevista seria a Catedral de Saint Patrick. Andávamos como duas meninas, minha irmã e eu, em meio à multidão, impressionadas com as calçadas plenas de gente com todo aquele frio. Demos voltas e voltas nos mesmos quarteirões ao redor do hotel sem, de longe, visualizar as torres da igreja que procurávamos, até atinarmos, às cansadas, a usar o GPS do telefone celular.

Que grande invenção! Uma bússola moderna com mapas visíveis em excelente dimensão. SALVAS! Enfim, salvas!

Num toque de mágica, readquirimos o prumo e o rumo certo. Porque, cá entre nós, tirar as luvas, colocar os óculos, segurar a câmera, procurar o nome das ruas, fotografar, filmar e caminhar pela primeira vez nessa cidade durante um inverno glacial, deixou de ser tarefa fácil para essas duas mulheres que, apesar de tudo, ainda se sentem meninas. Claro que, as meninas estavam dando boas risadas e a diversão corria frouxa. E o dia estava, apenas, começando...

(continuação no próximo domingo)

Um comentário:

Zé Carlos disse...

Malice querida, sua neta é a garotinha mais linda que conheci. Este realmente é seu presente de Páscoa.

Beijão de Feliz Páscoa do seu amigo eterno..... ZC